Ih, homens....

 Pense rápido: defina com uma palavra um homem. Tenho certeza que a maioria das respostas foram traidor, cafajeste, cretino, safado e mentiroso, certo? Isso tem explicação, basta olhar pros lados que todo mundo vai perceber que conhece algum homem que possui, pelo menos, uma dessas características.

Após falar um pouco sobre as mulheres ( no post “Ah, mulheres” em Março), chega a vez de falar um pouco sobre o gênero homem, justificar um pouco certos estigmas que todos os homens acabam carregando por conta de uma maioria desprezível. Ser homem não é totalmente fácil, principalmente quando você foge à regra citada acima e acaba sendo “levado no bolo” ao ser julgado, analisado, caracterizado. A verdade é que generalizar é algo ruim, mas bem comum em todos nós. Mas afinal, em que momento o “padrão” de homem passou a ser “bombado, pegador e mentiroso”? Ao que me consta, historicamente os homens de sucesso e, principalmente, bem vistos, eram aqueles com características opostas. Duvida? Liga sua TV às 18h na Globo e você vai ver as novelas de época trazerem homens magros, de óculos, engravatados e românticos como os mocinhos. Ironicamente, apenas alguns minutos antes vai ao ar Malhação, onde o verdadeiro conceito de “playboy” se personifica, mas enganosamente tornando os caras em cavalheiros forjados. Deixando de lado a mediocridade das tramas, o que essa total e drástica mudança de conceitos significa, e por quê?

Em minha opinião, o que está em jogo não uma simples questão de gosto ou preferência, vai muito mais além e serve, inclusive, como reflexo do que se passa com a sociedade atual. Não pode ser aceito como normal e ideal um adolescente que literalmente só pensa em “malhar, beber e pegar mulher”. Ora, isso é ser legal, atraente e suficiente para ser aceito? Em que momento da história as mulheres passaram a aceitar serem traídas como algo inevitável e, mais ainda, praticamente competirem a nível pegação e trairagem? É um pouco engraçado, no sentido trágico da expressão, ver que aqueles que não se enquadram, por força da natureza ou da escolha própria, a todo esse universo de areia acaba por ser taxado de diferente, de estranho, de nerd, de emo, de tosco, de viadinho.

No maior estilo “clichê americano”, a juventude masculina está se tornando vazia, fria, violenta e, especialmente, covarde. Pessoal, vamos parar pra refletir no que temos feito, aceitado, incentivado nesses últimos anos. Onde foi parar o bom e velho romantismo, presente nas músicas, nos textos, nos filmes.....nos atos do dia a dia? Impressiona constatar que a palavra “amor” já é ridicularizada, principalmente no meio masculino. Virou motivo de vergonha, como se admitir que ama alguém fosse algo feio, desprezível e típico dos fracos. Porque os fortes...ah, os fortes não amam, eles pegam quantas puderem em uma festa, uma noite. Onde foi parar o conceito de coragem? Sem querer fazer incitação à violência, mas eu acho admirável quando hoje em dia ainda ouço falar de alguém que “saiu no braço” com outro. E sabe por quê?? Porque isso também está acabando.... homens que queiram acertar diferenças e não conseguem ou não querem através de palavras, hoje em dia juntam “a galera” e espancam o desafeto, marcam pela Internet encontros entre “galeras” pra disputar algo. Ah, pelo amor de deus, como isso pode ser admirado por alguém? Covardes, apenas isso. Sem falar, claro, que o uso do punho, do braço, numa “luta entre iguais” hoje já é coisa de selvagens.....o natural é resolver na bala. É uma piada como a “evolução” está se mostrando, não é?

Com base em todo esse comparativo histórico, reflita um pouco sobre essa sociedade em que você está inserido. Reveja seus conceitos, suas atitudes. Os homens bons existem, sim. São poucos, sim. Mas nem por isso são melhores ou piores que a “nova geração”, apenas tem identidade suficiente para viverem como “diferente” em um mundo e uma sociedade feita para os “iguais”. Se for para se adaptar ao conceito moderno de “homem”, preferia ter nascido em uma outra época, outra Era. Mas cada um faz aquilo que pode para mudar o seu próprio mundo, certo?