segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Escolhendo por exclusão: companheiras (os)






Uma das mais importantes escolhas que fazemos em nossa trajetória de vida é aquela com relação ao companheiro com quem iremos dividir uma história, criar memórias e, especialmente, estabelecer uma família. Nada mais justo que essa escolha seja bem feita, até mesmo pelo fato de certas religiões proibirem a retificação de uma escolha mal feita.


Assim como as amizades, os companheiros que escolhemos para estarem ao nosso lado dizem muito sobre quem somos. É um erro grosseiro que tal escolha seja feita com base em conceitos distorcidos e autoritários, como nas vezes em que uma gravidez mal planejada obriga os pais a se casarem. Por um lado, precisamos resgatar os valores e conceitos que definem o que é uma família, mas ao mesmo tempo não podemos beirar o extremismo ao fazer de uma escolha equivocada uma sentença perpétua. A grande importância de uma escolha bem feita sobre o companheiro reside no fato de que, comumente, uma família estará se formando, com uma provável criança vindo a seguir; ou seja, da escolha de uma pessoa quanto a seu companheiro,  resultará em toda uma ramificação de famílias, com novas responsabilidades e direitos.
Por isso que uma constituição de família proveniente de um conjunto de más escolhas e decisões resultará em uma nova geração carregada com intrigas, distorções de valores e conceitos. Não é direito nosso colocar tal peso nas costas de alguém que está por vir, pois nossas escolhas, em tese, não deveriam resvalar naqueles que não puderam, sequer, contribuir para que tal decisão fosse tomada. Além disso, é preciso quebrar um pouco esse conceito rígido e cego que muitas pessoas ainda carregam acerca de relacionamentos. A vida real é cruel e exige atenção, cuidado e muita, muita sabedoria para lidar com os confrontos.
Deixe de lado a idéia de “eternidade” sempre que ouvir algo sobre relacionamento. Ponha na sua cabeça que você não é a última mulher do mundo, assim como eu não sou o último homem do mundo. Dessa forma, se conscientize de que é preciso se valorizar, mas também valorizar aquele com quem compartilhamos uma vida. Se em determinado momento deixar de valer a pena, paciência. Lamente o que tiver de lamentar, mas erga a cabeça e parta pra outra. A vida não para, assim como você também não deve. Diferente do que os filmes e novelas nos pregam, o amor não vence tudo. Às vezes, mesmo que aquela pessoa signifique algo especial, esta pessoa pode representar um retrocesso em sua vida. Nem sempre vale a pena mudar tudo o que você é ou que planejar vir a ser, para que um relacionamento possa prosperar. Para que na hora certa você saiba qual escolha tomar, exige-se maturidade. Contos de fadas não existem.
Com base no que foi dito, procure dar aos momentos menos formais da vida o devido valor. Um namoro, é um namoro. Um noivado, um noivado. Se você já inicia um namoro depositando uma tonelada de expectativas sobre quando casar, os filhos que quer ter, o lugar que quer morar, a única coisa que conseguirá é sobrecarregar o seu parceiro e ir minando as chances de se conhecerem no “agora”. Afinal, para isso servem os relacionamentos informais e menos formais, para que a gente conheça pessoas e possa fazer nossa própria seleção de quem será aquela a efetivamente adquirir o bilhete premiado. Esse é o seu próprio vestibular, utilize-o para isso.

3 comentários:

  1. Esse é um tema complicado. Eu me classifico como uma pessoa covarde, tenho muito medo de sofrer ou fazer outra pessoa sofrer, por essa razão eu não quero me casar, e quando disse isso a minha mãe e a uma colega ambas me disseram: " e o que você vai fazer da vida?" porque eu devo me casar para ter um futuro? Ultimamente, quando se fala de relacionamentos, a única coisa que ouço são sobre pessoas brigando, traições e divórcios. Gente reclamando do quanto aquela pessoa que deveria apoiá-la a/o faz infeliz. E creio que muito antes já era assim, mas a sociedade era muito rígida com casamentos e divórcios. Então, pra quê casar? Pra repetir o círculo vicioso que a sociedade impõe? Se eu sei que serei infeliz, por mais que eu me esforce.Meu futuro deve ser assim tão triste?
    A muito eu deixei de acreditar na existência do amor, aliás acho muita graça quando alguém me fala que ama outra pessoa, pra daqui pouco tempo vê-la reclamando sobre seu companheiro.
    Não quero viver sozinha, mas prefiro ser feliz.

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  2. Sempre muito ver seus comentarios aqui no blog, muito obrigado mesmo pelas visitas e participação. Primeiramente: me add no facebook, se tiver, que a gente pode trocar umas ideias com mais calma. Sobre seu comentário, me permita discordar um pouco, apesar de entender e respeitar sua opinião. É indiscutível que tudo ao nosso redor nos direciona para um unico caminho, o da solidão, seja por medo, precaução, aprendizado, enfim. Também não se discute que os relacionamentos, seja em qual nivel for, estão cada vez mais condenados ao fracasso, pelos mesmos motivos que voce citou. No entanto, e aqui entra minha discordância, dá para fazermos um comparativo ao suicidio, mas no âmbito emocional. Se eles, os suicidas, não devem se concentrar nos inúmeros sinais de que as coisas estão ruins e sem boas perspectivas, nós também devemos nos concentrar nisso quanto aos relacionamentos e aos sentimentos. Caso contrário, eventualmente e inevitavelmente, a solidão que vai nos perseguir irá cruzar o caminho dos suicidas, entrando todos para o mesmo grupo: aquele dos que desistiram. Acredite, concordo com você em todos os argumentos, exceto na conclusão. Por mais que não pareça, vale a pena acreditar no que está por vir, no imprevisível; a surpresa futura é sempre a mais prazerosa. Apenas minha opinião, claro. Desculpem a resposta longa, mas gostei da discussão. Abraços

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