sábado, 10 de dezembro de 2011

Pessoas estereotipadas



Ultimamente, mas não exclusivamente, tenho visto e tomado conhecimento de situações lamentáveis acerca de discriminação e preconceito levados ao extremo. É hora de falar algumas palavrinhas a respeito.

Esqueçamos o fato de tudo isso citado acima ser crime, ser previsto em lei, ser punível. Vamos apelar para o lado moral, social, emocional. Até que ponto vai chegar essa liberdade que nós, depois de anos de luta, conseguimos alcançar? Hoje nós travamos uma batalha diferente. Se há alguns anos, e não tão distantes assim, nosso sofrimento e luta era pela censura e amordaçamento cultural que existia, hoje posso dizer que a situação está se invertendo. Hoje o excesso de direitos assegurados, somados a uma tecnologia destrutiva, está dando “amplos poderes” àqueles que não tem condições, sequer, de gerir a própria vida. E não estou falando do sentido financeiro de independência.
É muito lamentável, de verdade, a avalanche de notícias veiculadas na mídia, com ou sem sensacionalismo, acerca dos extremistas radicais que discordam de certas coisas, pessoas, grupos, características, etc. Alguém pode dizer, com sinceridade, que não tem medo de sair às ruas com algum tipo de caracterização “diferente” do usual? Desde uma camisa de algum clube de futebol até uma tatuagem com um desenho de uma ave, desde um abraço em um amigo até um comentário mal interpretado faz de qualquer um vítima em potencial. Estamos beirando o limite da intolerância, onde além de uma insuperável violência urbana típica de países subdesenvolvidos, temos que nos preocupar, e preocupar MESMO, com aquilo que os outros podem estar pensando sobre nós.
Não me interessa o seu posicionamento a respeito de homossexuais, ateus, tatuados, usuários de piercings, neonazismo, etc. Nada nem ninguém te dá o direito de impor aquilo que você acha, meu caro. Você tem TODO o direito de gostar ou não, de aceitar ou não, mas acima de tudo, todos nós temos a obrigação de respeitar um pensamento alheio, por mais divergente que ele seja do nosso. Pessoal, Séc. XXI. Daqui a 2 anos o país será sede do maior evento esportivo do mundo. O que justifica eu não poder sair de casa em dia de jogo com uma camisa de meu time? Nada! O que mais me impressiona é que estes indivíduos, praticamente anencéfalos, realmente criam um sentimento de ódio repentino e inexplicável pelo simples símbolo que uma camisa de time de futebol rival lhe representa. Ele não lhe conhece, nunca te viu na vida, mas se você cruzar o caminho do cidadão, automaticamente você é um inimigo mortal que precisa ser eliminado! Acha que eu estou exagerando? Experimenta!
E não é só isso. Chegamos em um ponto, onde você, homem, PRECISA agir como macho! Não, não é como homem. Você precisa agir como macho, bicho, animal mesmo. Porque se você, junto a um irmão, um pai, ou amigo, ousar demonstrar qualquer afeição por outro indivíduo do sexo masculino, você é automaticamente gay! E precisa ser espancado para aprender que está errado! Pessoal, queiram compreender o tamanho do absurdo que está ao nosso redor. Não é longe não, é logo aqui, ao nosso redor. Sabe o que você, eu, todos nós podemos fazer desde já? Não aumentar essa cultura de ódio contra as minorias. Comece parando com as piadinhas, os cochichos, as fofocas. Não dê mais energia a esses movimentos intolerantes e injustificáveis. Pois se nada for feito, logo todos nós seremos espancados em praça pública por pseudo-defensores de valores tradicionais.
Reflitam! Nada disso que está acontecendo é fato isolado e aleatório. Também não se trata de violência tradicional gerada pela pobreza e falta de oportunidade. Estamos diante de um fenômeno oriundo das classes mais abastardas, desde a média até a alta, com jovens cada vez mais poderosos dentro da própria família. É a falta de limites, a perda dos valores básicos da família e a impunidade que alimenta todo este ciclo vicioso. Então reflitam e localizem onde começa a sua responsabilidade. Pois, certamente, ela não acaba. Abraços

2 comentários:

  1. Caramba!!! Vc expõe tudo aquilo que está dentro de minha cabeça e principalmente em meu coração. Sinti muito por todas as vezes que algum conhecido fez alguma piadinha de mal gosto sobre algum desconhecido ou algum amigo em comum.

    É triste demais quando vemos algum amigo, parente ou simples conhecidos sofrerem algum tipo de discriminação então por quê, permitimos e aceitamos quando é com alguém que não conhecemos??

    É algo que deveríamos ponderar muitooooo!!!

    Hoje tenho um filho pequeno e mesmo ele sendo tão novo sempre que pergunta algo do tipo: Mamãe, dois homens podem se abraçar?? Eu respondo que sim. Assim como acho também que duas pessoas de cores diferentes ou de raças diferentes também podem se abraçar, namorar e até mesmo casar. Sabe pq eu digo este tipo de coisa pra ele?? Não é pq eu queira que ele seja isso ou aquilo quando crescer. Eu apenas quero que ele APRENDA sobre RESPEITO pelos outros, AMOR próprio e pelos outros e principalmente que cada um pode ser o que quiser independente do que as pessoas pensem sobre nós e os outros.


    Espero que possamos mudar tudo dentro de nós para que possamos mudar tudo dentro de nossas famílias pra que o mundo e o nosso futuro e de nossos filhos e netos sejam completamente DIFERENTES.

    Carinhosamente,

    IJKPS

    ResponderExcluir