terça-feira, 23 de novembro de 2010

Multiculturalidade: a cultura das diferenças



A todos que cheguem a ler as palavras a seguir, quero fazer um pequeno apelo: pensem melhor na forma como vocês agem diariamente, na forma como tratam e enxergam as pessoas ao seu redor. Esse texto é uma crítica direta a todos que não respeitam a existência das diferenças.
Em um determinado momento, na Universidade, fui obrigado a estudar duas disciplinas extremamente entediantes, que não eram atrativas: a antropologia e a sociologia. Hoje, eu gostaria de ter a oportunidade de reestudá-las com o conhecimento, maturidade e pensamento que possuo no momento, porque estou certo de que o proveito seria muito maior.
Para quem desconhece, a Multiculturalidade é um fenômeno antigo, presente em cada segundo da sua vida. E eu venho aqui para repudiar a tentativa que ainda existe de oprimir os diferentes, em todo e qualquer sentido. É aí que se forma o preconceito, é ai que o embrião da discriminação é concebido e algumas das piores mazelas da atualidade começam a se desenvolver.
A tentativa desesperada de se estabelecer padrões para tudo acaba gerando uma distorção na visão das pessoas com relação ao “certo e errado”, “bom e ruim”, “melhor e pior”. E por pior que isso seja, vai se difundindo e hoje temos aí, ao seu e ao meu lado, pessoas sendo taxadas de melhor e piores por todo e qualquer “critério” que seja considerado “justo” por um grupo socialmente privilegiado. Alguns me perguntam o porquê de eu fazer tantas críticas em meus textos, mas para mim isso é uma resposta mais que óbvia. Que levante a mão aquele que acredita, de verdade, que a nossa sociedade está satisfatória, que nosso governo e nossa cultura estão nos conformes e que nada precisa mudar. Se alguém levantar, eu corto, viu? (brincadeirinha...).
Meus caros, que tal começarmos a enxergar de forma menos hipócrita alguém que você considere “diferente” nas ruas? Ninguém precisa concordar ou gostar das mesmas coisas, mas TODOS precisam respeitas o fato INEGÁVEL de que as pessoas são diferentes! De nada adianta você pegar um grupo de pessoas que tem uma determinada característica “execrável” e taxá-los como descartáveis para o SEU grupo social “ideal”. Honestamente, chega a ser nojenta, de verdade, o tratamento que algumas pessoas têm com outras sem sequer darem-se ao trabalho de conhecê-las. Como você pode afirmar que alguém é bandido, marginal, safado, se tudo que você sabe sobre aquela pessoa é o que você viu? Isso não existe, isso É preconceito.
Desde muito tempo eu me considero alguém da minoria, alguém que possui conceitos diferentes e muitas vezes não aceitos e/ou compreendidos. Em parte, esse blog tem essa função de difundir o meu pensamento. Porém, eu não concordar/seguir certos “padrões” que são tidos como os “certos”, faz de mim alguém que tem menos valor que os outros? São diversos os exemplos de diferenças não aceitas em nossa sociedade. Vai desde o gosto musical até a escolha religiosa e sexual.  Novamente, eu digo: você NÃO é obrigado a gostar ou aceitar as mesmas coisas que outras pessoas, mas você DEVE respeitar essas diferenças. ISSO é multiculturalismo.
Então, para encerrar, vamos parar de valorizar o que as pessoas têm de diferentes e perceber o que elas realmente têm a contribuir, têm a nos dizer, a nos ensinar. Pessoas são pessoas, seja qual for a cor ou a classe, a profissão ou a religião, o sexo ou a escolaridade. O Brasil, especialmente, é um país multicultural graças a sua história, sua colonização e sua trajetória. Então aqui, mais que em outros cantos, não é concebível que se criem padrões sociais para que se excluam os demais. Então pense melhor quando for criticar o gosto, a roupa, o cabelo, a cor, o jeito, o pensamento, etc. de alguém que você NÃO conhece. Porque há, de fato, uma grande chance de aquela pessoa não ser “ruim” e, sim, apenas diferente. Direito de ser diferente, isso é identidade cultural. Isso é ser autêntico. Pense nisso.

2 comentários:

  1. Paguei Sociologia, e pagarei antro, e realmente, nos fazem ler e vivenciar em um outro corpo certa ofença que nós fazemos aos alvos do preconceito, da discriminação. Escreveu de forma precisa e muito inteligente, parabéns, e essa sensação de não querer ser hipócrita, também é minha. Parabéns.

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  2. Bom, resumindo....
    A cultura é a identidade de cada um...
    Os gostos devem ser respeitados... Por ambas as partes... Eu acho que não existe - RESPEITO - entre esse povo mal educado. Liberdade de expressão.
    Um dos erros dos ser humano é julgar o próximo pela aparência, quando o essencial é invisível as olhos.

    Beijos SuellenFernandes

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